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Com aprovação da Anvisa, RS pode começar vacinação até quinta-feira

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anvisa (Divulgação)

O Brasil pode finalmente começar a vacinação contra a Covid-19. Neste domingo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial da CoronaVac, do laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e da vacina de Oxford, desenvolvida pelo consórcio Oxford/AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A votação dos diretores - unânime pela aprovação - mencionou a necessidade das vacinas diante dos números da pandemia no país, o esforço dos profissionais da saúde no trabalho de combate aos casos de coronavírus e as certificações apresentadas nos pedidos de uso emergencial pelo Butantan e pela Fiocruz. O corpo diretivo da agência reforçou ser preciso se pautar em evidências e na ciência. Antes dos votos, três áreas técnicas recomendaram a aprovação.

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Mesmo com a aprovação, os estudos das duas vacinas continuam com monitoramento de pacientes para análise de eficácia a longo prazo. Também serão monitorados os possíveis efeitos adversos e o tempo de imunidade, no caso da CoronaVac.

Outra condição é um termo de compromisso que deverá ser assinado pelo Instituto Butantan, relativo à vacina Coronavac, desenvolvida em parceria com a empresa chinesa Sinovac. A questão é que o Butantan não apresentou todos os dados previstos sobre a presença de anticorpos nas pessoas vacinadas. 

Idealmente, esses dados deveriam mostrar, de forma quantitativa, a presença dessas moléculas de defesa do organismo dos participantes do estudo no Brasil. Ou seja, deveria haver uma correlação clara entre a vacinação e a quantidade de anticorpos. Isso aconteceu no caso das fases 1 e 2 dos testes da Coronavac (realizadas com menos voluntários), nas quais foi possível fazer essa medição, mas a fase 3 dos testes, com o maior número de participantes, ainda não tem esses dados disponíveis, segundo a Anvisa.

As informações repassadas por enquanto são qualitativas - ou seja, se as pessoas têm ou não os anticorpos no organismo -, mas ainda não quantitativas, estimando o nível exato de tais anticorpos. Também não está clara a mudança desses níveis ao longo do tempo dos estudos. O Butantan deverá assinar o termo de compromisso para repassar tais informações à Anvisa e manter esse monitoramento conforme novos dados são recolhidos.

Tanto no caso da Coronavac quanto da vacina de Oxford/Fiocruz, esse tipo de monitoramento constante nos próximos meses é a principal exigência da Anvisa para confirmar que as vacinas são seguras e eficazes a médio e longo prazo.

Segundo a Anvisa, a autorização para uso emergencial envolve exigências. Os imunizantes não podem ser usados em massa nem comercializados, mas para públicos específicos. Para receber a permissão, a vacina tem que ter estudo clínico na Fase 3 no Brasil.

PRÓXIMOS PASSOS

CoronaVac

Oxford/AstraZeneca/Fiocruz

  • O uso emergencial é referente a 2 milhões de doses que serão importadas de Mumbai, na Índia
  • O voo que buscaria as doses foi adiado duas vezes por questões diplomáticas entre os países
  • A viagem será "nos próximos dias", segundo o ministro da saúde Eduardo Pazuello

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NO ESTADO
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), conta com o início da distribuição das doses que já estão no país ainda na segunda-feira. Com isso, Leite espera que a vacinação dos gaúchos comece entre quarta e quinta-feira. Quando as doses chegarem ao Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos (Ceadi), elas serão levadas para os municípios. Santa Maria tem a intenção de, junto de Santiago, centralizar a distribuição na região da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS)

O governador reiterou a estrutura do Estado para armazenamento e distribuição das doses, seringas e agulhas - a chamada "rede de frio". A Secretaria Estadual de Saúde (SES) encerrou 2020 com 4,5 milhões de seringas agulhadas. Foram compradas mais 10 milhões de unidades. O levantamento da pasta aponta 1,8 mil salas de vacinas em todo o Estado.

Em coletiva, o ministro Eduardo Pazuello manteve a previsão de começo da vacinação para quarta-feira, dia 20, às 10h. A distribuição para os estados começa na segunda-feira, às 7h.

PRIMEIRA IMUNIZADA
A enfermeira Mônica Calazans, 54 anos, foi a primeira brasileira a tomar a vacina contra a Covid-19 depois do uso emergencial autorizado. Ela trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. A informação foi apurada pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

Mônica faz parte dos grupos de risco da Covid-19 enquanto profissional da saúde, além de ser obesa, hipertensa e diabética. Ela começou a atuar no hospital em maio de 2020, ainda no começo da pandemia, por meio de vagas abertas por contratos temporários.

*Colaborou Leonardo Catto

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